O segundo curso de técnicas avançadas de apneia e conservação, realizado pelo Projeto Meros do Brasil (PMB) aconteceu na cidade de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. O curso foi ministrado pelo atleta da Marinha do Brasil Ricardo Bahia, que entre outros títulos é recordista mundial de apneia estática com O2 puro (Guiness) permanecendo 20 minutos e 21 segundos embaixo d'água.
Durante dois dias, com aulas teóricas e prática de piscina e mar, os 12 participantes – entre eles, surfistas profissionais, praticantes de pesca subaquática, pesquisadores do PMB e também do parceiro, Projeto Rebimar – tiveram a oportunidade de participar e tanto aprender quanto aprimorar técnicas necessárias aos praticantes da apneia. “A ideia de diversificar a turma, de convidar pessoas de diferentes áreas e níveis, foi contribuir com o esporte local. A participação dos surfistas profissionais Leandro J. Silva e Hedieferson Alves de São Francisco do Sul é importante pois ajuda a aperfeiçoar as técnicas para o surf. Além disso, o contato deles conosco, do PMB, assim como do pessoal da pesca submarina é de grande valor para o Projeto”, conta com entusiasmo o coordenador do PMB em Santa Catarina, Leonardo Bueno.
Nesta edição do curso, também tivemos a participação do presidente da Associação Paranaense da Pesca Subaquática, Leandro Cezar de Andrade, e do diretor regional da Associação Catarinense de Pesca Subaquática, Rogério Pizzatto (Gijo), duas lideranças importantes da pesca subaquática na região Sul do país. “O Gijo e o Leandro, por exemplo, poderão usar as técnicas aprendidas em suas atividades assim como serão multiplicadores dos conhecimentos nas instituições que representam e com os seus colegas de mergulho”, conta Leonardo.
Compreender e aplicar técnicas adequadas de apneia também é uma questão de segurança para quem está no mar. “Durante os mergulhos eventualmente há necessidade de saber lidar com algum imprevisto e a apneia é um conhecimento importante nesses momentos”, diz Leonardo.
Além da segurança, que é fundamental, a apneia também proporciona uma maior integração com a natureza. “Quando mergulhamos em apneia a relação com o ambiente marinho é diferenciada porque ficamos mais calmos, os movimentos são mais lentos, mais parecidos com o próprio movimento da fauna marinha. Sendo assim, os peixes não se assustam e isso traz uma melhora nas atividades de pesquisa. Conseguimos observar as espécies e o ambiente marinho com outra perspectiva que os mergulhos com cilindro não permitem”, declara Bueno.
O curso, que também busca chamar a atenção para a importância da proteção dos meros, contou com uma apresentação do Projeto Meros do Brasil, das atividades e os dados científicos sobre os meros.
Ricardo, além de atleta renomado no cenário brasileiro mundial é também biólogo e PhD em botânica marinha e neste sentido é um elo entre a academia e o esporte, ponto importante para o PMB:
“Foi um prazer imenso compartilhar o que considero uma síntese do conhecimento dos meus mais de 20 anos de experiência em apneia desportiva, incluindo mergulhos, treinamentos, recordes, competições, cursos, convívio com grandes atletas de todo mundo e pesquisa intensa sobre o assunto. Foi muito bom ver os alunos melhorando suas performances e concluindo o curso com o total domínio das técnicas necessárias para mergulhos mais seguros e eficientes. Foram dois dias de muita interação e troca de experiências em um clima fraterno de união, o que permitiu a aproximação destes públicos através da conscientização e diálogo. Sinto-me felizardo por ter feito novas amizades e aprendido bastante sobre os meros, sua importância ecológica e como podemos ajudar na preservação deste ser fantástico”, diz Ricardo Bahia.
O Projeto Meros do Brasil apoia, além das ações de pesquisa e educação, iniciativas esportivas como o stand up paddle e os mergulhos autônomo, livre e a fotografia subaquática. O Projeto acredita na união dos conhecimentos múltiplos e nas parcerias com diversos setores da sociedade. O curso foi realizado no Clube Náutico Cruzeiro do Sul, importante parceria do PMB em Santa Catarina.
Obrigado a cada participante, a sua presença foi muito importante para nós!
O Projeto Meros do Brasil é realizado pelo Instituto Meros do Brasil em parceria com nove instituições de ensino e pesquisa comprometidas com a conservação marinha no país: UFPA, UFPE, Ufal, Movimento Cultural Arte Manha, Ufes Ceunes, Unirio, Instituto de Pesca SP, Museu de História Natural do Capão da Imbuia e Instituto Comar.
O Projeto Meros do Brasil conta com o patrocínio Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
