São Paulo - Projetos Meros do Brasil

Os estudos sobre o cultivo de peixes marinhos ainda são bem recentes no Brasil, apesar dos recentes avanços nessa área na última década. Considerando que o Litoral Norte Paulista e o Litoral Sul Fluminense são áreas com excelente potencial para o desenvolvimento do cultivo de peixes marinhos, a presença de diversos serranídeos (garoupas, badejos, meros e chernes) de alto valor de mercado nessa região e preocupado com a conservação destas espécies, sua importância econômica e a possibilidade de geração de tecnologia de cultivo, o Instituto de Pesca, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, passou a desenvolver, desde 2005, estudos sobre o cultivo destes peixes.

Este trabalho, também conhecido como Projeto Serranídeos, é coordenado pelo pesquisador científico Dr. Eduardo Gomes Sanches, e vem sendo desenvolvido no Laboratório de Piscicultura Marinha do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Litoral Norte (IP – APTA – SAA), em Ubatuba/SP.

A primeira espécie de serranídeo a ser estudada pelo projeto foi a garoupa-verdadeira. O Projeto Serranídeos possibilitou importantes avanços no cultivo deste peixe em cativeiro, elucidando importantes questões do ponto de vista de manejo desta espécie e propiciando a formação de um banco de reprodutores que permitiu iniciar pesquisas de inversão sexual, congelamento de sêmen, reprodução induzida e produção de formas jovens, visando a realização dos primeiros ensaios de engorda em escala massiva de serranídeos no Brasil.

Estes estudos conseguiram, de forma inédita, obter e crioconservar, com sucesso, o sêmen da garoupa-verdadeira. Este feito, considerado histórico para a piscicultura marinha brasileira, tanto pelo valor econômico deste serranídeo como por seu potencial para cultivo, possibilitou a primeira produção de formas jovens de garoupa no Brasil. Quando se considera que muitas espécies de serranídeos estão ameaçadas de extinção, esta conquista já mostra, efetivamente, a amplitude dos resultados que este projeto tem alcançado.

Atualmente, o Instituto de Pesca é a única instituição, no Brasil, a manter um banco de sêmen de serranídeos, contribuindo para a preservação destes importantes peixes para as gerações futuras. Mais recentemente, uma parceria entre o Projeto Serranideos e o Projeto Meros do Brasil, nascida da amizade do Dr. Eduardo G. Sanches e de outro entusiasta dos serranideos, Dr. Maurício Hostim Silva, da Universidade Federal do Espirito Santo (UFES) possibilitaram que os esforços sejam direcionados para outra espécie de serranídeo, o mero.

Hoje o Laboratório de Piscicultura Marinha do Instituto de Pesca é o Ponto focal do Projeto Meros do Brasil no estado de São Paulo. Os trabalhos com o mero foram inciados em janeiro de 2012, adequando as instalações para trabalhar com esta espécie (que pode atingir mais de 200 kg) por meio do patrocínio do Programa Petrobras Ambiental recebido pelo Projeto Meros do Brasil. A pesquisa com a reprodução dos meros em cativeiro é inédita no mundo.

Os esforços neste ponto focal vão desde a manutenção dos meros em cativeiro, passando por estudos de avaliação da variabilidade genética dos peixes, formação de um banco de sêmen e a ambiciosa obtenção das primeiras formas jovens desta espécie produzidas em cativeiro, a exemplo do que já foi realizado com a garoupa-verdadeira.

Hoje a equipe do ponto focal de São Paulo é formada pelo Dr. Eduardo Gomes Sanches, o Msc Jonas Rodrigues Leite e o Técnico em Aqüicultura Ricardo Manjor.

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