Mero gigante encontrado na Beira-Mar será usado em pesquisas para evitar extinção da espécie - Projetos Meros do Brasil
Sexta, 22 Março 2013 19:21

Mero gigante encontrado na Beira-Mar será usado em pesquisas para evitar extinção da espécie

Escrito por Noticias do Dias

Peixe de 2,5 metros e cerca de 400 quilos foi retirado da água por uma retroescavadeira

Cedinho da manhã, o telefone toca. O soldado da Polícia Militar Ambiental anota a ocorrência: "tem uma garoupa gigante na Beira-Mar Norte". A viatura se desloca para lá. Era um mero. O peixe gigante do Atlântico. Ameaçado de extinção sua pesca é proibida. Motivados pela conservação da espécie, três pesquisadores patrocinados pela Petrobras foram recolher amostras do bicho – o maior encontrado pela equipe em 10 anos.

Estudos irão precisar a dimensão do animal, mas estima-se que tenha 2,5 metros e 400 kg. O mero é encontrado nas águas da Flórida a Santa Catarina. Numa das línguas indígenas do Brasil, o tupi-guarani, foi batizado de Senhor das Pedras – Itajara – pois abriga- se na escuridão do mar, próximo aos naufrágios, pilares de pontes e rochas. É um solitário.

Para retirar o mero da água, a Polícia Militar Ambiental contou com apoio da Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital): cinco homens, retroescavadeira e caminhão. Histórias de "pescador" foram inevitáveis.

"Eu nunca vi um peixe tão grande, cara", exclamava Rogério do Nascimento, 34, funcionário da Comcap. Enquanto o colega Reinaldo Cacciatore o amarrava impressionado: "dá para imaginar que um peixe assim vivia aqui?". Marco Espíndola, 44, rebateu prontamente: "A estaca da ponte Hercílio Luz que sumiu deve estar dentro da barriga dele". Todos riram, a multidão foi chegando para admirar o gigante, dentes caninos a mostra - devoradores de crustáceos, lagostas e caranguejos.

Posto no caminhão foi encaminhado para o 1° Pelotão da Polícia Militar Ambiental, em Coqueiros. Lá, aguardava a equipe do Projeto Meros do Brasil: o professor da Universidade Federal do Espírito Santo Maurício Hostim, o oceanógrafo Áthila Bertoncini e o biólogo Fabiano Grecco.

Os profissionais monitoram as águas da Bahia, Pernambuco, São Paulo e Santa Catarina desde 2002 - quando foi instituída a lei federal que protege o peixe e multa agressores em até R$ 100 mil – mas, surpreenderam-se com o tamanho do mero, considerado a maior garoupa do Atlântico Sul.

Na avaliação do professor, o animal é uma fêmea, com mais de 20 anos, que aguardava a lua cheia para desovar. A causa da morte será estudada. Não há marca de redes ou ferimentos.

We use cookies

We use cookies on our website. Some of them are essential for the operation of the site, while others help us to improve this site and the user experience (tracking cookies). You can decide for yourself whether you want to allow cookies or not. Please note that if you reject them, you may not be able to use all the functionalities of the site.